8 de jan. de 2008

Cinquante et cinq.

Ciúmes é pouco mais que aquele monstro verde invadindo almas atormentadas. Não é falta de confiança ou excesso de orgulho ferido. Não é egoísmo - não por inteiro. Ciúmes. Ah, palavra danada! Uma aflição como arranhar a lousa com unhas compridas. O grito de pavor consumido pela decência de alguém que não gosta de drama. Convulsões incontroláveis como um ataque de epilepsia. É a loucura que me toma só por vê-lo abraçando alguém. Suas mãos alisando outras costas, seus braços envolvendo outro corpo, seu cheiro impregnando outra roupa. E a reciprocidade. O fato de você poder sentir outra pele, outro cheiro, outros cabelos, outro corpo e outra vida pulsando tão perto. A perda da nossa exclusividade. Depois, quando você vira para mim e sorri, só eu vejo. Tudo aquilo que é tão nosso e tão privado. Um brilhinho que continua nos dizendo sobre aquilo que apenas nós somos capazes de compartilhar. Truta é truta.

26 de nov. de 2007

Cinquante et quatre.

"Os trinta minutos que passamos juntos era a palma de uma mão segurando cem milhões de opiniões, silêncios e confissões impossíveis."

Respirarei. Finalmente, saindo do sufoco novamente.

20 de nov. de 2007

Cinquante et trois.

Faça o que quiser fazer. Enquanto isso, vou definhando, me desintegrando, deixando algumas falas morrerem em mim. Olhando e dramatizando tudo. Esperando pelo dia em que serei o suficiente para certas pessoas. Lembro-me de quando a gente dormia com anjos, sonhava paraíso e acordava sorrindo. Tempo, isso é coisa que passa, sabe. Agora, o cheiro... Esse ainda não saiu do meu pulso.

"Tá apaixonada, Será, Você que tem que me dizer, Não como já fui, Por ele, Não"

18 de nov. de 2007

Cinquante et deux.

"Já escrevi sobre isso, mas só agora eu entendo."

Número de vezes em que a palavra "saudade" foi escrita em posts: 10. Até que para alguém saudoso como eu, estou boa em eufemismos.
Saudade faz a gente se apegar. Olhar para uma foto, ouvir uma música, virar um tolo. Os minutos se alongam, o buraco se aprofunda. Alguém aí distribui abraços que secam lágrimas?
Ever since I've been with you
You hold me up
All the time I've falling down

11 de nov. de 2007

Cinquante et un.

As gerações mudam, a caligrafia não. Ilusão. Ou não. Talvez seja melhor assim. Só talvez. Agora posso me desapegar sozinha. Essa saudade tá arranhando.
Se não doesse, não seria tão real. A espera, a fantasia e a rosa murchando. Já cantaram que quanto mais triste, mais bonito soa. É preciso um pouco de recato e, acima de tudo, que se sinta intensamente. A palavras, agora, deslizam silenciosamente, e, mesmo na efemeridade, deixam sua marca.
É preciso, também, que seja como aquele guardanapo - marcado de batom vermelho - que nunca perdeu seu cheiro levemente adocicado. Como aquela rosa branca guardada em uma página esquecida de um livro sem nome. Como aquele olhar que você me deu e guardei na primeira gaveta.
Eu já me acostumei com a sua voz tão reconhecível, a forma com que você passa os dedos nos cabelos sem perceber, o charme arredio ao usar óculos para assistir filmes (sem administrativos, certo? precisamos melhorar na internas) nas madrugadas frias. E ainda me surpreende com sua percepção aguçada, a forma como você sabe o que estou pensando em dizer. Sem eufemismos, já que você prefere assim.
Não se molde para caber nos sonhos de alguém.
Eu não quero ver você fumando ópio
Pra sarar a dor
Não quero beber do seu café pequeno...

5 de nov. de 2007

Cinquante.


"Nada pra fazer - Gabriel

Era escuro, era noite
estava frio
e eu lá em casa, tocando violão
sem nada pra fazer, eu queria saber mais de você...

Nada, tudo
pra mim tanto faz
porque sem você não é preciso explicar o que
aconteceu, entre você e eu...

Paz, Guerra
lá fora tudo acontece,
porém no mundo, não resta um segundo,
pra poder se lamentar e deixar de te amar...

Bons momentos, maus momentos, discussões
por isso tudo agente já passou
porém agora, com todo mundo lá fora,
eu só queria te dizer, que eu amo você...

Sentimentos, pensamentos
pra mim agora tudo faz sentido,
pois quando eu penso em você, não consigo esquecer
aquela vontade louca, de beijar a sua boca...

Era claro, era dia
estava calor
e eu lá em casa, tocando violão
sem nada pra fazer, eu queria namorar com você..."

And now what? Don't know why I'm still afraid. And. Right. Now. I wish that I could follow through.
Save some face
you know you've only got one
change your ways
while you're young

4 de nov. de 2007

Quarante et neuf.

Amo e odeio essa filosofia de buteco. Essas conversas de pessoas que nunca mais irão se ver, mas que irão pensar na idéia. E a idéia nelas. Eu digo o porquê de tanto mistério. Não falo porque sairiam apenas sons. Palavras ao vento. Nos desejos mais ínfimos, o silêncio é o que me faz mais bem. Sempre foi assim, não muda. Essa porra não muda.

Quarante et huit.

Jealousy.
Eu só queria saber o quanto aquilo te marcou.
.
Today's fortune: The best prophet of the future is the past
ih. há.


É preciso que a saudade
peque aquilo reprimido,
nessa falta de saciedade,
por uma falsa felicidade.

E, com uma só lágrima
é preciso que preencha
tudo aquilo que a alma
deixou em falta.

Quarante et sept.

"...e agora me delicio com palavras destinadas, mandadas, referidas para uma pessoa que não pode ser descrita, apenas amada."

...Que no teatro do teu sonho
Para mim não tem papel
Você não tem medo de mim
Você tem medo, é do amor
Que você guarda para mim
Você não tem medo de mim
Você tem medo, é de você
Você tem medo, é de querer

1 de nov. de 2007

Quarante et six.

Caneta estéril. Em parte, pelo luto. Desde Janeiro, não me permito falar da morte. Ah, eu não posso com esse grito da alma. Cheguei ao limite dos sonhos.
Gotta gotta be down
because I want it all

25 de out. de 2007

Quarante et cinq.

Eu não sei o porquê. Fico entrando e saindo, entrandoesaindo. O tempo todo. Levanto, paro bruscamente. Daí sento pra ver se acontece de novo. Nada, até agora. Talvez eu esteja esperando por algo, um milagre ou algo do gênero, mas nunca tive paciência para esperar, a vida arde o tempo inteiro lá fora. Olho pra ele, ele me olha de volta, ri da minha cara. Eu rio de mim mesma. Acho que foi a loucura que apareceu desde aqueles dias repassados mentalmente. Diariamente. E nunca mais foi embora. Mas daí alguém dá um sinal de vida. Então é recíproco. Não, eu mesma não tinha dito que não era para ser? Ser?! Nada, o que nunca foi. Ou chegou a ser e deixou de saber. Ouço passos leves, já sei de quem são e vou atrás deles. Debulho em cima da pessoa dos passos. Um abraço forte, amigável, conquanto cansado. Fatigado de consolar. Volto, olho de novo. Peço que me ajude a olhar o que ninguém sabe enxergar. Dói, esse eterno procurar. Todos falam, mas ninguém nunca sentiu tão intensamente. Ou, pelo menos, ninguém nunca aguentou por tanto tempo. Porque... Olha só, eu daria minha vida. Acho que vou escrever, talvez passe o resto da vida aqui. É o jeito.

24 de out. de 2007

Quarante et quatre.

O sonho tão bem sonhado. Acordei tão crente de que era realidade, que nem a desilusão me fez tirar aquelas imagens e aquele rosto da cabeça. Um rosto proibido, tal qual também procura pelo meu à noite, tal qual nunca foi para ser. Fomos reduzidos a uma velha tentação. Algo carnal. Sempre isso e o pesado silêncio, quebrado apenas por uma lenta respiração. Reminiscências. As cartas nunca foram tão sinceras, tão intensas como naqueles dias. Isso porque foi você quem me deu o abraço mais sincero que já recebi. Foi no mês de Dezembro, eu me lembro. As palavras eram diferentes; fáceis, sentidas, muito valorizadas. Hoje vejo-as sairem aos poucos, lentas, difíceis. Muito mais idealizadas. Reduzidas a sons. É, só isso. E nunca mais a música. A rosa. O abraço. Que tédio - ela achou a palavra antes, mas era isso sempre que aquele olhar se desviava. Até me envergonho, já que sempre quis muito.

Dream until your dream comes true
ps: nunca leio horóscopo. além do meu ceticismo, não há tempo pra tais futilidades. acontece que a aula chata, o sudoku e as palavras cruzadas me levaram a ele hoje. não deu pra não deixar registrado aqui. "[...] e sonhos proféticos"

23 de out. de 2007

Quarante et trois.

Então não me conte seus problemas, pois vou querer noite inteiras. Com arco-íris, sol e chuva. Pelo sim, pelo não, é melhor escrever. Novamente um idílio.
"Palavras lindas a pessoas lindas. Não só no sentido fútil."
Love while you're still being held

Quarante et deux.

Sabe o que enlouquece? Todo mundo fingir que está tudo bem. E não está? Você, pelo que sei, mantém as aparências. Ok, vai, eu juro que tentei; não entendo como consegue me olhar nos olhos. Você é uma pessoa tão baixa que nem sequer merece lágrimas de ódio. É o tipo de pessoaque deveria explodir. É isso aí. Ah, e você fede.

20 de out. de 2007

Quarante et un.

De meia-calça rasgada, cabelo bagunçado e olhos brilhando.
É, rapaz.

18 de out. de 2007

Quarante.

Cartas que dizem muito em poucas palavras. Hoje chegou mais uma. Já esperava por ela há muito tempo, mas não sabia. =]

"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. [...]"
F. Pessoa

Trente et neuf.

"...e alguém morre." E alguém morre, e alguém morre, ealguémmorre. Alguém morre. E depois o quê?
Isso não me sai mais da cabeça. Faz dois meses, apenas.

17 de out. de 2007

Trente et huit.

Nove anos a menos que a média. É o preço que se paga por ser diferente. Tô começando a entender o verdadeiro significado do Carpe Diem, já que esses nove anos terão que ser muito bem distribuídos por toda a vida. Um dia eu ainda me acabo.
Mas foi sempre assim, né? Você queria uma noite; eu te queria pra vida toda.
Mude seus modos enquanto é jovem, não use relógio e lembre-se o tempo inteiro de que os sonhos deixaram de ser o que eram. Dance enquanto pode, enquanto vive. Mantenha seu corpo com o melhor cheiro que há. The Sweetest Smell. Lá atrás alguém chama meu nome, enquanto eu desço até o chão e alguém morre. Sorria como se tudo aquilo que imaginou fosse verdade.
SMILE LIKE YOU MEAN IT

16 de out. de 2007

Trente et sept.

Ai, semana que não acaba.
E eu nem sei se quero que acabe.
Deixemos claro apenas isso; eu quero... Mais. Muito mais.

"Mas isso ainda acaba mal, ô lá se acaba!"

Escapar da rotina dos meus desejos por seus beijos

Trente et six.

Tudo isso não pode ter sido só a maresia. Sonhos mesclados com a realidade em uma vivência estranha; dançar a beira-mar com o pensamento aqui; atração sexual por um coqueiro (haha, admitamos que foi engraçado); rir à toa é loucura; amores que nunca deixei existirem; caipirinha com narguile não dá certo, já diziam os antigos. Ou era manga e leite. Só não descobri quem cronometrou o tempo, já que o mundo desabou no instante em que entrei naquele edifício, édifícil. Faz apenas dois meses, não me conformo com a força de vontade que algumas pessoas tiram não sei daonde, não sei como. Pode ser que sejam apenas fantasmas do passado - e sem querer, sou ambígua, uau - mas eu não suporto esses pressentimentos (pelo que sei, recepções inusitadas deveriam, no mínimo, surpreender). Ah, não suporto mesmo.
They say people in your life are seasons
and anything that happen is for a reason

11 de out. de 2007

Trente et cinq.

Eu sou tão, mas tão fraca. Tinha prometido aqui mesmo que nunca mais ia escrever sobre aquela pessoa. Mas ela sempre dá um jeito de aparecer com suas cartasnamanga.
.
Como o objetivo não é mandar indiretas, coisa já tão rotineira em flogs, nicks e afins, e sim outro (o qual eu ainda não descobri), até eu me confundo sobre quem estou falando. Há momentos em que duas pessoas servem de referência a um mesmo personagem desses capítulos miseráveis. Ok, exceto uma personagem.
.
Tem uma pessoa que prezo muito e que tem um feeling muito forte, tendo a capacidade incontrolável de ler as pessoas. Mesmo aquela que costumo chamar de incógnita. A convivência me força a adquirir isto a cada dia. Sem mais considerações iniciais, afirmo poder ler a presença de algo que certa desconhecida sempre sentiu e que a incógnita sempre soube, mas se fez cega - procedimento que o conhecimento empírico me faz assegurar ser o mais esperado, principalmente vindo de tal gênio. Porque nem com meu melhor amigo, faria o mesmo que ela. Ou, talvez, eu só esteja ciente disso - por mais que ela negue a existência disso sob tortura - por também sentir o algo.
Shit & Shush.
And what I feel...
[unfortunately] won't change
ps: ficou confuso. é, eu esqueci mesmo como se escreve.

9 de out. de 2007

Trente et quatre.

Todo dia eu saio da cama com vontade de mais. E mais sono, também. De manhã nunca ando de carro, só carona. Mas só posso fazê-lo com quem liga o rádio e tem boa percepção com gestos e monossílabos. Hoje foi diferente, porque eu olhei para o céu que continua azul mesmo depois de muito arranhado e para as flores tão roxas e tão cercadas. Como faria ao ver aquelas pessoas que efetivamente fazem valer a pena sair da cama? Sorriria um sorriso vermelho. Ultimamente, tá tudo tão technicolor que eu me lembro da peça de uma amiga que vi na férias de inverno. Enfim, percebi que todo dia é dia, a dança está nos passos; a música, nas sutilezas. Ando tão distraída, tão bem acompanhada.

"Quando eu tô com você, parece que pára. Mas voa."
Você tem meia hora
Prá mudar a minha vida
Vem, vambora

Trente et trois.

Espirrei e não doeu. Me fez sorrir.
É agora, ACORDA.

26 de set. de 2007

Trente et deux.

Desde a indiferença, esqueci como se escreve.
Don't blink, don't close your eyes. But most of all don't apologize. It's me who's got the demons to wrestle now.

25 de set. de 2007

Trente et un.

Agora sim. A última postagem a estes.

Libertè.
Indigestão de palavras. Uma ligação. Ah, deixa. Abstrair o abstrato da abstração, talvez. Mas olha só, ele avisou. Atenção aos sinais, porque deles eu bem sei. Gestos e olhares, num labirinto equivocado. Quem sabe amanhã. Ou não. Ou nunca. Mais dia, menos dia. Preciso que sorria, sem os depois.
Become a part of your past
I'm becoming the part that don't last

24 de set. de 2007

Trente.

Que merda tudo isso.
Não aceito sina. Sou sim e não. Nem demonstrar eu posso, por empatia. Mal se suspeita do sofrimento alheio. Aí vem me dizer que não é ironia? Pessoa. Usa. Frase de outra. Sem suspeitar. A denominada 'indireta' era para para ela mesma.
Sou amante cativada dos indiferentes.
Ah, são tantas pessoas citadas, entrelaçadas. Blé.

Vingt et neuf.

Na chuva, não se pensa num nunca mais.
A gente esquece. Faz, desfaz, refaz, não faz, faz mais. É medo de se arrepender por deixar de fazer. Sente cheiro de perfume, de bala, de banho, de cabelo, de pessoa, de laranja. Cheiro de noite e de música. Cheiro de beijo e de gosto. E depois a gente não sente. Depois, a gente dorme. A gente não se importa mais. E esquece.
Let's go to the park
I wanna kiss you underneath the stars
Maybe we'll go to far
We just don't care, we just don't care

Vingt et huit.

RESSACA MORAL.
A noite vem nos envolver bipolarizando personagens. Os gestos tomam o lugar de palavras e o quesito 'afinidade' perde importância, acabando com distâncias antes tão certas de mim a ti. As coisas que acontecem a gente não se atreve esperar. Eu sei lá, é só que eu nunca me esqueci de ti e agora tá tudo assim, tão diferente. E você reapareceu do nada, fiquei perdida enquanto o circo levantava e as pessoas aplaudiam de pé. Agora que volta a ser lembrança, cuido dos restos, inconformada.
De você, me lembro mais.

21 de set. de 2007

Vingt et sept.

Reza a lenda que amanhã é dia de falar aquela velha tonight is the night, girl. Porque amanhã é dia. Na dúvida, é só não parar de girar.
Eu não sei se você já vê meus olhos, porque eu não vejo nada. A verdade é que nunca vi, mas isso é ainda segredo.
Enfim, gosto, dito-cujo.
I want so much to open your eyes 'cause I need you to look into mine.

20 de set. de 2007

Vingt et six.

Alguém me fecha o sorriso porque tá dando na cara. =]

Vingt et cinq.

Ele sabe. É um tipo muito peculiar, que surpreende a cada palavra. É do que eu estava precisando; é um novo erro.
Faltam 3 dias, ainda penso se.
Quando a noite cair e o som
te lembrar algum sonho bom

13 de set. de 2007

Vingt et quatre.

Amor! Amor!

Não nego que cheguei a sentir uma espécie de alivio ao ver-te em minha porta, pois fiquei desgostosa com suas saudades atrasadas. Esqueci-me como se fala "estranho seria se eu não me apaixonasse por você". Virei repulsão, já não quero abraços, evito olhares. Percebi que há felicidade mesmo nos lugares em que não sinto seu cheiro. Me dê um coração, que o meu já não bate nem apanha. Sorrio de longe, por estar melhor com meus próprios anjos.
Já não sinto amor nem dor,
Já não sinto nada.
Qualquer coisa que se sinta.

Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva.

Vingt et trois.

"Antes Que Acabe..." - mérito nominal que posso tomar para mim - acabou levando tudo. Os meses da descoberta, a paixão ardentemente louca que aparecia esporadicamente nas cochias furtivas, os sempre amigos que nunca se foram; apesar de terem abandonado seus próprios personagens. Ah, e o teatro. Eu poderia viver. Reviver. Desviver. Aquilo era eterno; personagens que nos tomavam, nos enchiam de vida, nos faziam engraçados, melancólicos, felizes e chorosos. Nos faziam fé e união. Nos faziam querer continuar aquela peça, inflamando a todos, salpicando o ar, seduzindo e ganhando o essencial. O que só a gente entendia. Tal qual levou um mundo que não volta mais. Antes que acabasse, só deu pra perguntar, dessa vez sem faz-de-conta; meu amor, o que você faria? Me diz, o que você faria se só lhe restasse um dia?

Acabaria a peça de teatro de minha vida, extasiada.
E, pra variar um pouco,
mudaram as estações.

Vingt et deux.

Por vezes me sinto meio louca. Entende?

11 de set. de 2007

Vingt et un.

As coisas acontecem apenas quando se deixa de acontecer.
Você sempre surpreende.
Isn't it ironic? Don't you think?
A little too ironic? Yeah, I really do think
ironiaironiaironia.

6 de set. de 2007

Vingt.

Hummm, saudades de ti;

A gente vai para aquele lugarzinho em que só uma amizade de sangue e berço pode se encontrar. Pra passar as madrugadas em companhia recíproca, pra fazer o que não deve e não se lembrar. Não saberei voltar.
km 27 da Anhanguera, passo lá às 18h.

5 de set. de 2007

Dix-neuf.

"Esperarei por você"
Esperou, conquanto eu não pudesse.
.
Serás sempre meu amor insuperável. Porque o dia se perde na recaída de uma droga muito forte toda vez que te vejo. Me larga bitolada. Tremeliques involuntários, coração acelerado, palavras gaguejadas, suor frio. Você me desperta raiva, palavras muitas sobejam. Mas fogem, sugestivas e silenciosas. Acho que é porque você sempre diz as melhores palavras nas melhores horas. E eu me sinto uma parva que viu o que é a paixão, sem poder abstrair, sem poder falar, sem poder escrever.

Quem sabe eu ainda sou uma garotinha...
Quem sabe o príncipe virou um chato?
Eu só peço a Deus um pouco de malandragem.

3 de set. de 2007

Dix-huit.

Brinca, abraça, cativa;
entre pessoas, escorro confissões.
Atenho-me a certos vícios e manias
em que escondo meus defeitos,
meus personagens multifacetados, arranhados;
e o que sinto por você.

28 de ago. de 2007

Dix-sept.

À última bolacha do pacote.

Já disseram-me uma vez "goste de quem gosta de você". Ou várias. E eu gosto. Mas não tem jeito, porque mais do que dos que amam, eu gosto dos indiferentes. Daqueles que sussurram bom dia, têm ego inxado, meios-sorrisos, mania de Outono, conformados da vida que nunca perguntam "e você". Dos que não te olham nos olhos, te fazem carente. Dos que deixaram de se surpreender.
Prefiro um tapa na cara à essa indiferença sutil. Superstição a parte, não casarei depois de tantas que têm a certeza de que são a última.

24 de ago. de 2007

Seize.

Hoje eu vou. Levo o necessário, deixo apenas as lembranças esquecidas para quem não vai. E volto mais feliz.

Solta me o cabelo
Perdes-te comigo
Porque o mundo é um momento

22 de ago. de 2007

Quinze.

Today's fortune:
The star of riches is shining upon you
Hahahaha. Se não soasse tão falso, seria degradante.

Ainda vou descrever o vazio de não sei o quê, a Amazônia, e a pessoa que é incógnita.
São esses meus deveres de vida. Além de estudar pras provas da escola.

15 de ago. de 2007

Catorze.

Se eu pudesse.
Fazer-te esquecer das desilusões, absorver todas as suas dores. Êxtases de um medo que eu não via, seu sorriso de novo.
Do you believe I can make you feel better?

Treize.

Talvez eu realmente esteja atrás dessa indiferença.
Falsa felicidade me lembra depressão; baralhos (interna/censura) me lembram uma época marcada pela falsa liberdade, seguida de muitas mentiras e adrenalina.
she's a maneater

Douze.

[escrito há muito, é velho, velho. um ensaio que tanta gente já leu que arrisco chamá-lo 'clássico']

December Rain - cedendo a falsas tentações

Foi nessa tarde chuvosa que resolvi escrever-lhe tal carta, uma que nunca fará juízo. Resisto, pois não quero imortalizar o que nunca fui capaz de esquecer. Mas... Como impedir o galo de cantar?
Vasculho nos confins de minh'alma por uma única entranha que não grite pelo seu nome. É preciso deixá-lo partir, suas linhas fracas vão se apagando, longe da minha realidade.
Dizem que estou mais forte, que me transformei, que superei seu amor. Ou a falta dele. E dizem que achei a 'forza della vita' e que nossa maior virtude está na capacidade de amar muitas e muitas vezes. Mesmo quando achei que não aguentaria outra decepção, vi que é possível conviver com tudo isso. Um dia de cada vez. Uma pequena dose de nostalgia a cada pôr-do-sol.
Agora, se isso estivesse superado, não estaria escrevendo-lhe. Por mais que tente, sei que só quero a você. Tanta saudades dos nossos tempos, das nossa horas. Ainda sinto sua falta. A falta não é o vazio; é o contrário. Algo cheio demais, que transborda em mim, que berra e esperneia pra sair, mas fica contido, e dói, e arde, e agoniza.
Hoje, secretamente, vi lá fora um beijo roubado, um último suspiro. Beijo interminável, aquele. Cena de cinema, fazia com que os olhos mudassem de cor. Nós estávamos lá. Cabelos, mãos, pernas, olhares. Sob roupas molhadas, na ponta dos pés, era capaz de sentir nossas almas se tocando, ternamente. Um beijo que continha a ansiedade do primeiro e o desespero do último. Pingos caíam. Cheiro de orvalho, cheiro de você. Um grande vício, um ato sincero, um sentimento recíproco. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Aquela paixão era condicionada a nós dois, dois que nunca deixavam de se surpreender. Um última tarde juntos, aproveitando com todas as forças o fim de nossa pseudo história eterna. E nem mesmo aquela que teve a façanha de acabar com toda a ardência, aquela que é sua verdadeira tentação, entenderia a intensidade daqueles pingos.
Mas saí do devaneio e todos os anjos me deixaram nas mesma velocidade com que me tomaram, deixando apenas pingos escorrendo pela face marcada. Fiquei só, com o momento que tanto anseio, antes que seja tarde. Vi, então, que mesmo o tarde já passou, o tempo acabou para nós. Como sempre foi, quase como desconhecidos.
Você sempre foi tão indiferente. A falta de cumplicidade me enlouquecia a cada dia e aqueles olhos nunca me deixaram escapar seus mais profundos anseios. Olhos amêndoas que estarão para sempre acesos em minha memória. Profundos, cativantes, sinceros. O que me atormenta a alma é saber que você nunca me olhará como o fez a do nome de conto-de-fadas. Seus olhares tão únicos, sempre a desejá-la.
Hoje você a tem e eu desejo intimamente nunca tê-lo conhecido. Não esqueço ao levantar, ao deitar ou ao sonhar. Aqui me despeço, em meio a pingos incanssáveis, sem saber ao certo quanto tempo ainda aguentarei. Mesmo quando a chuva passar, pela tentação daquele que nunca foi meu.
Da que lhe tenta, tentação.
but sometimes, sometimes you just have to walk away.

14 de ago. de 2007

Onze.

Eu preciso me queixar do que se perdeu. Do idílio que vivia quando o tempo passou na janela.
'O que acontece nas férias, ...'.
O que aconteceu com o que acontecia?

Ao mergulhar
ponta de pena
em tinteiro preto
sinto sua saciedade

Criança mulata
em Rio Tapajós.

Antes de sujá-lo, eu solto o ar carregado. É como se tudo ficasse claro por alguns segundos, absorvido no papel. E tudo volta ao normal.
Igual àquele abraço que ele, que fala certo na hora certa, me deu em Dezembro. Foi pesarozo e inesperado, mas o mais sincero que já recebi. Por alguns minutos, ele foi um anjo absorvendo toda a dor. Ao abrir os olhos, vi-o indo para casa. Soltei-lhe algumas poucas palavras desclassificadas no ar, mas não consegui dizer adeus. Foi a última vez que eu o vi, seu último olhar. Olhares tão intensos ele tinha.
Naquele dia não senti o mundo, anestesiada, apenas dormi um sono sem sonho. Nos dias que se seguiram, a chuva era constante. Acho que foi quando nasceu pra mim a dupla paper & pen.
Algumas coisas devem ser vivenciadas, não contadas. Por isso nunca disse nada. Quando a gente chega ao fim, se lembra do início.

tô com saudades de você debaixo do meu cobertor

Dix.

Esquece tudo e dança. A música vai tomando sua alma, te levando por caminhos de falsa alegria, felizes por si só. É nessa hora que seu corpo está desvinculado de tudo. A tristeza some e ninguém mais sofre.
Ela esquece que você existe.
Te gusta el reggaeton?
Music make you lose control

Neuf.

Irônica,
seria essa vida de escritora em que me imagino. Escaparia pelas madrugadas em pensamentos despertos e sentidos aguçados. É nas altas horas que consigo ouvir através das portas, apesar de não ver estrelas. Sentindo o cheiro perfumado dos meus fios de cabelo.
O chão de pedra das paredes frias do banheiro e sua iluminação - de farmácia, como bem me lembraria um novo amigo de alma velha - clamam por minha alma pueril. Além da clássica dupla paper & pen, tem um cachorro preto. Ele está sempre debaixo da minha janela, ladrando. Para o quê, ainda não descobri.
Eu me sinto em um campo de concentração. Alienada, com a imaginação já ausente de qualquer peso; refugiada da alma.
A respiração ofega, o coração acelera. Já é possível escutá-lo, de dentro pra fora. Entra desabando, cai como num passo de dança. Nasce um poeta. Dizem que a alma do artista é irrequieta.
Fora de devaneio, hoje começa meu Nirvana na Terra. O Sol nasce pra mim, a culpa é toda dele. Meu Jardim do Éden floresce, já posso sentir o aroma de Dama da Noite. Ela entra com um quê de rainha.
Sentido, já não há! A morte logo chega. Mas as cores do céu continuam ali. E quanto a gente paga pelos sonhos que deixou pra trás? - desisto -

Huit.

Tem gente que me tiradosério.
Eu tô precisando destilar um veneno mortal com a Lu.

Sept.

"[...] Still am not. Gotta learn to love. Desculpa."
"Yeah, boy... I bet you do."


Sabe do quê? Ele nunca entendeu as palavras de Saint Éxupery. Não posso fazer mais nada por você, boy.
Get over it.
- Hi stranger.
- Hi you back.

Six.

Sobre reminiscências e reticências...

Meu último refúgio virou as palavras. Gravadas, sempre desse jeito. Só elas têm sido capazes de acalmar a alma fugaz. Acho que ainda existe aquela vontade de demonstrá-las, mas sairiam apenas sons...
Aquele silêncio estava ensurdecedor. Em pensamento, eu implorava por qualquer coisa. Uma palavra, um som. Bastaria. Os faróis lá fora passavam repetidamente. Iam me cegando, enquanto o motor do carro roncava. E sempre o silêncio...
As lágrimas contidas. Eu não chorava, elas iam sendo arrancadas de mim, uma a uma. Mas era apenas raiva com um gostinho podre da velha história...
Eu me lembro nitidamente da primeira vez que te vi, agora sei que a culpa foi sua. Você sustentou aquele olhar.
Sedução dos sentidos, que um por um se rendiam.
Parecia que o mundo desabafava, mas calei-me em ti.
E já nem sei mais quem sou.
Se ao menos tivéssemos colocado logo um fim naqueles sinais reticentes.
Me ficou um gosto de bala e pipoca na boca.
Como dizia o ditado mesmo? Que é vivo sempre aparece. Uau.
Sabe quando dói?
Então, é você.
Meu sangue ferve. São tantas coisas.

Cinq.

as lágrimas dele
me caem como espinhos
da rosa branca e murcha
que lhe joguei

"ah, cansei de chorar escrevendo isso"

Quatre.

O que você poderia dizer
sobre um ‘corazón partio’
por trás de olhos naturais?

Tanto pra lhe falar, tão pouco tempo. Ainda assim, gozo de uma tarde vazia deitada sobre teu peito.
...
Estranho é eu não me sentir bem com você. Talvez, apenas talvez, essa seja uma das ‘coisas certas a fazer’, e eu estava tão vulnerável quando você me prometeu o pôr-do-sol que eu me contentei com um último vislumbre do seu horizonte. Já não sinto medo desde que minhas lágrimas secaram.
Cansei. De tudo. Cansada, vou passeando numa pracinha ensolarada com a Gaia – meu labrador, se é que tenho direito de possuí-la – e penso no menino que morreu lá. No que se passou na cabeça dele quando lhe apontaram uma arma. Ou se não passou. E no que você diria se estivesse comigo. Posso ver você me olhando com olhos entusiasmados, que vão esmaecendo até entrar num devaneio crônico. A verdade é que meus olhos e olhares também estão cansados. Ah, que seja, você também me cansa, não tenho vontade de vê-lo. Ainda assim, mal posso esperar para daqui alguns meses, em que vou estar linda naquele vestidinho e vou fazer você me querer, mas daí ,‘baby’, vai ser too late for you.
Sou egoísta de tantas palavras que gasto comigo nessa linhas desgraçadas.
What the hell is wrong with me?
não adianta nem me procurar
em outros timbres, outros risos
eu estava aqui o tempo todo
só você não viu
ps: depois do ‘foda-se’, isso fica divertido

Trois.

por tantas vezes
fico a perguntar
pela torta linha
em que esqueci
meu final feliz

Blá, blá, blá. As pessoas falam demais. E eu sinto essa eterna saudade. Pode ser de você, ou dos velhos sorrisos, mas acho que é da menina das fotos. De suas caretas engraçadas, olhos arregalados e cachos definidos em uma cabeça arrepiada. Até suas lágrimas puras e quentes dão-me saudades.
Minha infância acabou no dia em que sequei as lágrimas grossas daquela pessoa que nunca esquecerei. Eu a amo tanto que já não consigo estar feliz quando ela está triste. Será sintonia, dependência ou consegui me anular a ponto de não mais existir? Lembro que nesse dia fatídico meus cachos caíram e acho que foi pra sempre. Eu deixei espaço apenas para o lugar onde se fala o necessário.

Deux.

Amanhã é dia de branco no preto, diria minha madrinha. E muitas outras cores, naquelas carinhas de sono. O fato de eu ser branca é que fico rosa com muita facilidade, contraditoriamente a esse clima em fim de férias frias constituídas por muito calor humano. E os ossos já endurecem.
Uma coisa se perde nesse fim. Assim como em todos os outros, mas eu não entendo ao certo o quê. Seja pela lembrança de um quarto cheio de fumaça com três garotos queridos, de alma nobre e personalidade distinta; pelo eco de suas vozes dizendo 'man' entre risadas; pelos cafunés; por aquelas madrugadas de conversas intermináveis; pelas músicas-idéias-textos; pela eterna saudade da Amazônia.
Não sei o que aconteceu, minha visão ainda embaça. Te deixo a certeza de que não há mais tempo pra viver em vão.
'ciao bella'

e eu não sei que hora dizer
me dá um medo, que medo
é que eu preciso dizer que eu te amo
te ganhar ou perder, sem engano

Un.

[com a devida licença poética]

Viver é poder conhecer e amar, mudar e pular, se despedir e ter consciência do poder de um gesto. Esquecer o sentido, a concordância, sem medo do que ficou, do que se fez, pra onde vai; saudade é a prova final do que realmente valeu a pena.
metamorfose se completou
depois de tantos anos
chorei feito uma criança
"Nunca uma espelunca
uma rosa nunca, nunca mais feliz."