14 de ago. de 2007

Neuf.

Irônica,
seria essa vida de escritora em que me imagino. Escaparia pelas madrugadas em pensamentos despertos e sentidos aguçados. É nas altas horas que consigo ouvir através das portas, apesar de não ver estrelas. Sentindo o cheiro perfumado dos meus fios de cabelo.
O chão de pedra das paredes frias do banheiro e sua iluminação - de farmácia, como bem me lembraria um novo amigo de alma velha - clamam por minha alma pueril. Além da clássica dupla paper & pen, tem um cachorro preto. Ele está sempre debaixo da minha janela, ladrando. Para o quê, ainda não descobri.
Eu me sinto em um campo de concentração. Alienada, com a imaginação já ausente de qualquer peso; refugiada da alma.
A respiração ofega, o coração acelera. Já é possível escutá-lo, de dentro pra fora. Entra desabando, cai como num passo de dança. Nasce um poeta. Dizem que a alma do artista é irrequieta.
Fora de devaneio, hoje começa meu Nirvana na Terra. O Sol nasce pra mim, a culpa é toda dele. Meu Jardim do Éden floresce, já posso sentir o aroma de Dama da Noite. Ela entra com um quê de rainha.
Sentido, já não há! A morte logo chega. Mas as cores do céu continuam ali. E quanto a gente paga pelos sonhos que deixou pra trás? - desisto -

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