14 de ago. de 2007

Onze.

Eu preciso me queixar do que se perdeu. Do idílio que vivia quando o tempo passou na janela.
'O que acontece nas férias, ...'.
O que aconteceu com o que acontecia?

Ao mergulhar
ponta de pena
em tinteiro preto
sinto sua saciedade

Criança mulata
em Rio Tapajós.

Antes de sujá-lo, eu solto o ar carregado. É como se tudo ficasse claro por alguns segundos, absorvido no papel. E tudo volta ao normal.
Igual àquele abraço que ele, que fala certo na hora certa, me deu em Dezembro. Foi pesarozo e inesperado, mas o mais sincero que já recebi. Por alguns minutos, ele foi um anjo absorvendo toda a dor. Ao abrir os olhos, vi-o indo para casa. Soltei-lhe algumas poucas palavras desclassificadas no ar, mas não consegui dizer adeus. Foi a última vez que eu o vi, seu último olhar. Olhares tão intensos ele tinha.
Naquele dia não senti o mundo, anestesiada, apenas dormi um sono sem sonho. Nos dias que se seguiram, a chuva era constante. Acho que foi quando nasceu pra mim a dupla paper & pen.
Algumas coisas devem ser vivenciadas, não contadas. Por isso nunca disse nada. Quando a gente chega ao fim, se lembra do início.

tô com saudades de você debaixo do meu cobertor

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