11 de nov. de 2007

Cinquante et un.

As gerações mudam, a caligrafia não. Ilusão. Ou não. Talvez seja melhor assim. Só talvez. Agora posso me desapegar sozinha. Essa saudade tá arranhando.
Se não doesse, não seria tão real. A espera, a fantasia e a rosa murchando. Já cantaram que quanto mais triste, mais bonito soa. É preciso um pouco de recato e, acima de tudo, que se sinta intensamente. A palavras, agora, deslizam silenciosamente, e, mesmo na efemeridade, deixam sua marca.
É preciso, também, que seja como aquele guardanapo - marcado de batom vermelho - que nunca perdeu seu cheiro levemente adocicado. Como aquela rosa branca guardada em uma página esquecida de um livro sem nome. Como aquele olhar que você me deu e guardei na primeira gaveta.
Eu já me acostumei com a sua voz tão reconhecível, a forma com que você passa os dedos nos cabelos sem perceber, o charme arredio ao usar óculos para assistir filmes (sem administrativos, certo? precisamos melhorar na internas) nas madrugadas frias. E ainda me surpreende com sua percepção aguçada, a forma como você sabe o que estou pensando em dizer. Sem eufemismos, já que você prefere assim.
Não se molde para caber nos sonhos de alguém.
Eu não quero ver você fumando ópio
Pra sarar a dor
Não quero beber do seu café pequeno...

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